sexta-feira, 3 de agosto de 2007

9 mil quilômetros de estrada






Foram 59 dias, 34 cidades e mais de nove mil quilômetros de estrada. A caravana do Circuito de Exibição nas Cidades passou por nove Estados da Região Nordeste e acumulou um público de 17.750 pessoas.


Fotos: Lucia Caus Delbone

Imagens da Região Nordeste (Parte I)






Fotos: Lucia Caus Delbone

Imagens da Região Nordeste (Parte II)






Fotos: Lucia Caus Delbone

Imagens da Região Nordeste (Parte III)






Fotos: Lucia Caus Delbone

Circuito encerra em Belém (PA), neste sábado (4/8)


Belém, capital do Pará, é o último município na rota do Circuito de Exibição nas Cidades, mostra itinerante de vídeos do Revelando os Brasis. No próximo sábado, dia 04 de agosto, a caravana do projeto estará na quadra da Igreja São Domingos de Gusmão, no bairro Terra Firme, às 20h30. O destaque da programação é o documentário “Terra Santa”, de Antonio Gato, realizado na cidade de Terra Santa.

O vídeo mostra a importância das lendas na construção da identidade do município. Até o nome da cidade, Terra Santa, tem origem em uma história contada pelos índios locais. Entre as lendas mais populares estão a do navio encantado (sobre uma embarcação cheia de luzes que seria vista no lago), a do calça-molhada (que trata de um ser fantástico que caminha pela cidade por volta de meia-noite) e a dos três pretinhos (três meninos de cor escura que, em certas noites, aparecem sobre as pedras do lago).


Foto: Arquivo/Revelando os Brasis

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Lendas amazônicas em Manaus (AM)


Sexta-feira (03/8) o Circuito de Exibição nas Cidades chega à cidade de Manaus (AM), para uma sessão, às 19h, no Largo de São Sebastião, antes do programa “Carrossel da Saudade”, que a TV Cultura do Amazonas realiza, semanalmente, com transmissão ao vivo.

O destaque fica por conta do documentário “Matinta-Perera”, de Júnior Rodrigues, mas também serão apresentados os vídeos “Aquele Apito do Trem”, de Sâmia Dias da Silva (Nova Mamoré/RO), “Terra Santa”, de Antonio Gato (Terra Santa/PA) e “Balandê/Baião”, de Noronha Filho (Monsenhor Gil/PI).


Foto: Arquivo/Revelando os Brasis

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Manoel Dourado: palavra de missionário

"O Revelando foi o seguinte, um dia eu fui levar uma carta ao correio e vi o cartaz do projeto, pensei: “Vou participar desse edital”. O que eu não esperava foi o alcance que isso teve, porque eu fiz mais como um escritor, um roteirista, colocar um pouco isso pra fora, e foi bom porque divulgou muito o município. Esse lado do Revelando, que eu comparo com o que aconteceu na Índia nos anos 70, onde as produções do sul passavam pro norte e do norte pro sul, que integrava o país culturalmente de enorme diversidade cultural. Acho que o Brasil é um grande continente em que as diferenças culturais são absurdas. Não precisa ir muito longe, nós aqui em Itiquira temos um tipo de procedimento cultural que difere do Pantanal, que fica a 70 quilômetros daqui, tipo de música, tipo de comida, os utensílios, a forma que você se integra com a natureza, é muito diferente. Agora, imagina um país com oito milhões de quilômetros quadrados!"

Leia na íntegra a entrevista com o diretor do vídeo "O Quadro", Manoel Dourado, de Itiquira (MT) feita pelo "overmano" Eduardo Ferreira.

Vixe, a gente tá no Pirambu!

"A Escola de Artes é um projeto bastante diversificado. Tem áudio-visual, artesanato e artes plásticas. Além disso, uma pequena ilha de edição, uma biblioteca, um galpão de bijuterias e, dentro de dois ou três meses, um cinema com capacidade para algumas dezenas de pessoas. Nos fundos da Escola, um teatro-picadeiro. Lá são ensaiadas as peças encenadas pela meninada que freqüenta o lugar. 'Cada turma tem, em média, umas vinte crianças e jovens', informa Geraldo Damasceno, um dos coordenadores da Escola.

'A gente começou em 2002, numa salinha apertada. Em 2003, elaboramos o projeto da Escola de Artes. No ano seguinte, conseguimos nos tornar um Ponto de Cultura. Já realizamos um documentário e alguns curtas de ficção. Hoje, estamos trabalhando em uma minissérie chamada Poço da Pedra', dispara Damasceno. Para o novo projeto da Escola, está sendo construída uma cidade cenográfica num município próximo. Nela, na cidade de mentirinha, trabalham atores e técnicos oriundos do Pirambu, bairro, não custa repetir, com fama de ser barra-pesada."

O "overmano" Henrique Araújo acompanhou a exibição que aconteceu no Ponto de Cultura Escola da Arte, no bairro Pirambu, em Foraleza (CE). Leia o texto na íntegra aqui.

Revelando o Balandê-Baião

Lá pelas 19h, chegou a grande estrela da noite, Luís Pereira de Andrade, o mestre Zé Coelho, 84 anos, mestre do balandê e do baião. Animado, revelou que estava orgulhoso da “festa” que estava acontecendo na cidade onde nasceu e se criou. “Eu tô satisfeito e agradeço ao doutor Antóin Filho, que ele toma conta de mim direito. Por causa desse filme dele eu já fui pra Brasília, pro Rio de Janeiro, pra Fortaleza e não gastei um tostão, eu agora sou um cidadão brasileiro. Não careço de mais nada não”, disse, já cercado de gente.

Leia na íntegra o texto da "overmana" Natacha Maranhão no site do Overmundo.

"No sertão do Nordeste brotam fábulas"

Em Gurinhém, a grande escolhida foi Maria José da Silva, a Tuca, de 33 anos, que conheci assim que cheguei ao local combinado para o encontro. Ela era aparentemente tímida, mas bastou uma breve conversa pra saber que estávamos diante de uma mulher forte e vencedora, pronta a me revelar uma vida que eu não imaginaria. Clássica filha do meio rural, cresceu na agricultura e batalhou tanto, que enfrentou as dificuldades tão comuns à pessoas nascidas naquela realidade. Fez graduação em Letras e mestrado em literatura, agarrou as possibilidades que ela mesma conquistou e teve seu primeiro contato com a produção em áudiovisual a partir do Revelando os Brasis. A filha de agricultores agora é mestra, diretora de cinema e orgulho da cidade. Quem poderia imaginar?

"Aqui não se encontram muitas oportunidades, você tem que correr atrás dos seus objetivos e enfrentar muita coisa. Não conheço mais ninguém por aqui que realmente tenha entrado numa faculdade, feito mestrado, saído da realidade em que nasceu. Essa história de fazer filme nunca me passou pela cabeça. Se era coisa de outro mundo até pra mim, imagina para o povo de Gurinhém, que nunca nem entrou numa sala de cinema!"

Para conferir na íntegra o relato da diretora, leia no site do Overmundo o texto da "overmana" Carolina Morena Vilar, que acompanhou a exibição em Gurinhém (PB).

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Novas experiências




A produtora Lucia Caus Delbone, do Instituto Marlin Azul, acompanhou metade do circuito que saiu do Espírito Santo e terminou no Piauí, no último dia 20 de julho. Ela deixa o circuito com muitas boas recordações, que, garante, irá guardar para sempre.

Fale um pouco sobre a experiência de ter acompanhando o circuito.


Descobri que as pessoas são muito carentes de informação. Elas precisam muito conhecer gente de lugares diferentes, conversar, ver filmes. Acho que a presença daquela tela grande, do tamanho de uma tela de cinema, proporcionou a muitos esse tipo de oportunidade.

Quais foram os pontos altos do circuito?


Foi a beleza de algumas cidades. E também havia o interesse das pessoas em acompanhar o circuito, depois de tomar conhecimento do que estava acontecendo. Sempre havia alguém pedindo para seguir a caravana, principalmente crianças e homens. Outras vezes, eram pessoas que participavam de algum tipo de manifestação artística, como grupos de teatro.

Qual foi o momento mais marcante?


Foi em São Sebastião do Umbuzeiro (PB). Iríamos voltar para a estrada bem cedinho, após a sessão, e um grupo de criança acordou às cinco horas da manhã para se despedir de nós.

O que não pode faltar na mala de quem segue a caravana do projeto?

Água, biscoito, lençol e toalhas de banho.


Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo

Revelando as pessoas




Ratão Diniz, o olhar por trás das lentes que seguiram a rota do Circuito de Exibição que saiu de Muqui (ES) e terminou em Teresina (PI), afirma que fotografar é uma forma de se relacionar com as pessoas. "Eu me expresso através da câmera, que revela diversos costumes e outros brasis através das pessoas", diz Ratão, que é formado pela Escola Popular de Comunicação Crítica do Observatório de Favelas.

Foram quase dois meses de viagem acompanhando a caravana do projeto. Nesse período, Ratão conheceu e fotografou mais de 60 cidades diferentes. "O apoio que tive da minha namorada, Joelma, foi muito importante para que essa viagem acontecesse. É difícil apoiar esse tipo de empreitada, mas, sei que ela esteve ao meu lado durante todos os momentos".

Fale um pouco sobre a experiência de coletar imagens pelo Brasil afora.

É uma possibilidade única produzir um arquivo de imagens desse tamanho, em que posso mostrar partes do Brasil que poucos conhecem e revelar os costumes de cada região. É uma grande experiência documentar espaços populares, o dia-a-dia das pessoas das cidades por onde passamos e, também, poder me relacionar com os outros, já que a câmera é uma das minhas formas de expressão.

Quais os locais que renderam mais imagens?


Piaçabuçu (Alagoas) rendeu muitas imagens, é um local muito rico visualmente. Acho que a presença do Rio São Francisco influenciou muito nesse aspecto.

Como foi a receptividade das pessoas?


Na maioria das vezes, fui muito bem-vindo, sendo convidado, inclusive, para entrar na casa das pessoas, conversar, tomar um café. Em algumas situações, foi mais difícil fazer fotografar, mas, depois que explicava o que é o projeto, as pessoas ficavam mais receptivas.

Quais os melhores momentos na estrada?


Ver a reação dos moradores quando eles se vêem nos filmes.

Há algum causo interessante para contar?


Sim. Durante a exibição de "Nelson", em Maceió (AL), uma pessoa pediu a cópia do vídeo porque ela havia crescido na cidade e, assistindo à sessão, vivenciou toda a sua infância novamente.

O que não pode faltar na mala de um fotógrafo que viaja com o circuito?


Um laptop é essencial, assim como uma boa câmera. E uma caderneta, para anotar todas as histórias por trás das fotos.


Fotos: Roberta Lira

sábado, 28 de julho de 2007

Anori recebe caravana neste domingo (29/7)


O Estado do Amazonas entra na rota do Circuito de Exibição nas Cidades, mostra itinerante de vídeos do Revelando os Brasis, a partir deste domingo (29/7), quando o projeto chegará ao município de Anori, a 210km da capital. A sessão vai acontecer na Praça de Nossa Senhora da Conceição (Praça da Matriz), às 20h30, e terá como destaque a ficção "Matinta-Perera", de Júnior Rodrigues.

A matinta-perera é um ser misterioso que povoa as lendas amazônicas. Conta-se que ela gosta se sair nas noites escuras, assoviando "matinta-perera... matinta-perera". Essa lenda é o ponto de partida do vídeo de Rodrigues. Fazem parte do elenco Gerina Adria Silva, Lu Domanni, Raimunda Rodrigues, Silmara Barbosa, Renato Alves e Paula Barros, todos moradores de Anori.


Foto: Arquivo/Revelando os Brasis

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Dedicação e vontade de aprender




Os motoristas Aécio Lino da Guerra e Ivanildo Bispo de Miranda (conhecido pelos amigos como Val) percorreram toda a rota que saiu de Muqui, no Espírito Santo, no dia 24 de maio, e terminou na cidade de Teresina, no Paiuí, no dia 20 de julho. Ao todo, foram 59 dias de circuito, cerca de nove mil quilômetros de estrada e 34 cidades visitadas.

Ambos foram responsáveis também por toda a preparação técnica das exibições que aconteceram nas cidades e, no decorrer do caminho, tiveram a oportunidade de fazer inúmeras amizades e de conhecer novos brasis a cada parada. “Em alguns lugares fomos recebidos como celebridades”, lembra Aécio. “É um resgate do cinema”, complementa Val, concordando que essa longa viagem vai deixar muitas saudades.

Qual a sensação de ter participado de um projeto como este?

Val – É uma sensação maravilhosa. Todos nos olham de outra forma, querendo saber o que vai acontecer, perguntando sobre os vídeos que vão passar. Levar cinema a quem nunca teve a oportunidade de ir ao cinema é muito gratificante. Já paga todo o nosso trabalho.

Aécio – É muito bom, principalmente porque levamos o cinema a cidades que nunca tiveram. A reação das pessoas é gratificante.

O que mais chamou a atenção na passagem pelas cidades?


Val – As crianças. Elas sempre querem ajudar e até participar do filme. Quando o fotógrafo tira as fotos, elas acham que vai passar na tela.

Aécio – As pessoas. Elas estão sempre curiosas, perguntam o que é aquiloquando vêem o caminhão chegar à idade. E quando a tela começa a ser montada, pensam que é algum tipo de show, até verem a estrutura d cinema pronta.

Qual a receptividade das pessoas na chegada do Circuito às cidades? E na hora da exibição?


Val – As pessoas agradecem, ficam admiradas. Alguns ficam curiosos durante a exibição, entram na cabine de projeção, fazendo perguntas. Nas cidades pequenas, há uma vontade muito grande de aprender, até maior que nas capitais, que têm cinema ao alcance, com mais facilidade. O projeto é um resgate do cinema, principalmente no interior.

Aécio – São todos muito receptivos: ajudam, abrem a casa para oferecer um café. Somos recebidos como celebridades. Já na hora da exibição, as pessoas querem saber como o equipamento funciona, como aquele facho de luz que sai do caminhão produz as imagens na tela. Quando vêem alguém conhecido no vídeo, aplaudem ou ficam chamando pela pessoa.

Contem um “causo” interessante que presenciaram durante o percurso.


Aécio – Em uma das paradas que fizemos, na cidade de Souza (BA), conhecemos um senhor que nos abordou no caminhão, querendo saber o que fazíamos ali. Quando respondemos que era um circuito de cinema, ele se espantou, perguntando se “ainda havia cinema”. Nós o convidamos a entrar na sala de projeção do caminhão, para ver a aparelhagem, e até oferecemos carona até a cidade onde seria feita a próxima exibição, mas ele acabou desistindo.


Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo

Teresina (PI) fecha um ciclo






No dia 21 de julho, a caravana passou pelo último município do Nordeste integrante do Circuito de Exibição. Cerca de 400 pessoas reuniram-se na Praça Sagrada Família, em Vila São José, Teresina (PI), para a sessão de despedida da região.


Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo

O rei do balandê e do baião






Personagem principal do vídeo "Balandê/Baião", de Noronha Filho, Zé Coelho viveu seu momento de celebridade, cercado pela imprensa e pelos habitantes da cidade de Monsenhor Gil (PI), durante a passagem da caravana do Revelando os Brasis pela cidade. Aos 86 anos, ele ainda participa de danças, e mostrou toda a sua vitalidade entrando na roda de balandê e de baião que aconteceu depois da exibição. Antes, ele fez uma rápida demonstração de como se toca o gafanhoto, instrumento típico usado para conduzir o ritmo.


Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo

Balandê, baião e cinema






O dia 20 de julho foi todo especial para a cidade de Monsenhor Gil, que havia se preparado para assistir ao documentário "Balandê/Baião" e aos outros vídeos do Revelando os Brasis. Mais de 1,4 mil pessoas reuniram-se no adro da Igreja Matriz para conferir a exibição.


Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo

Imagens de Capela (AL)






Fotos: Ratão Diniz/Imagens do Povo