segunda-feira, 30 de julho de 2007

Revelando as pessoas




Ratão Diniz, o olhar por trás das lentes que seguiram a rota do Circuito de Exibição que saiu de Muqui (ES) e terminou em Teresina (PI), afirma que fotografar é uma forma de se relacionar com as pessoas. "Eu me expresso através da câmera, que revela diversos costumes e outros brasis através das pessoas", diz Ratão, que é formado pela Escola Popular de Comunicação Crítica do Observatório de Favelas.

Foram quase dois meses de viagem acompanhando a caravana do projeto. Nesse período, Ratão conheceu e fotografou mais de 60 cidades diferentes. "O apoio que tive da minha namorada, Joelma, foi muito importante para que essa viagem acontecesse. É difícil apoiar esse tipo de empreitada, mas, sei que ela esteve ao meu lado durante todos os momentos".

Fale um pouco sobre a experiência de coletar imagens pelo Brasil afora.

É uma possibilidade única produzir um arquivo de imagens desse tamanho, em que posso mostrar partes do Brasil que poucos conhecem e revelar os costumes de cada região. É uma grande experiência documentar espaços populares, o dia-a-dia das pessoas das cidades por onde passamos e, também, poder me relacionar com os outros, já que a câmera é uma das minhas formas de expressão.

Quais os locais que renderam mais imagens?


Piaçabuçu (Alagoas) rendeu muitas imagens, é um local muito rico visualmente. Acho que a presença do Rio São Francisco influenciou muito nesse aspecto.

Como foi a receptividade das pessoas?


Na maioria das vezes, fui muito bem-vindo, sendo convidado, inclusive, para entrar na casa das pessoas, conversar, tomar um café. Em algumas situações, foi mais difícil fazer fotografar, mas, depois que explicava o que é o projeto, as pessoas ficavam mais receptivas.

Quais os melhores momentos na estrada?


Ver a reação dos moradores quando eles se vêem nos filmes.

Há algum causo interessante para contar?


Sim. Durante a exibição de "Nelson", em Maceió (AL), uma pessoa pediu a cópia do vídeo porque ela havia crescido na cidade e, assistindo à sessão, vivenciou toda a sua infância novamente.

O que não pode faltar na mala de um fotógrafo que viaja com o circuito?


Um laptop é essencial, assim como uma boa câmera. E uma caderneta, para anotar todas as histórias por trás das fotos.


Fotos: Roberta Lira

Nenhum comentário: